Preço dos alimentos atingem o maior preço em 100 anos, diz FMI

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O preço dos alimentos ao redor do mundo atingiu seu maior valor em 100 anos, apontam dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), que realiza a catalogação desde 1900. De acordo com a instituição, os preços só ficaram maiores na época da Primeira Guerra Mundial, entre os anos de 1914 e 1918.

Os dados são confirmados também pelas medidas da Organização das Nações Unidas (ONU), criada após a Segunda Guerra Mundial, que apontou neste mês de março um recorde no preço dos alimentos dos últimos 61 anos.

Isto quer dizer que nem mesmo em períodos de crises mundiais os alimentos estiveram tão caros assim, como na Segunda Guerra Mundial, de 1939 a 1945 ou nas Crises Petrolíferas de 1973 e 1979.

De acordo com especialistas, essa alta dos preços pode ser explicada tanto por motivos conjunturais, isto é, causas decorrentes de algum acontecimento ou situação, como a guerra na Ucrânia ou a pandemia de COVID-19, quanto por razões estruturais, ou seja, relacionadas à própria rede de produção de alimentos, como o aumento climático e o aumento da renda das nações em desenvolvimento na Ásia e China, que aumenta a demanda mundial.

No Brasil a crise pode ser sentida muito devido a fatores como as mudanças climáticas. Nos últimos 12 meses, legumes como a cenoura, o tomate e a batata, e hortaliças, como alface, couve e agrião, tiveram um aumento de 46,2% devido a alterações nas safras causadas por períodos de fortes chuvas ou seca.

Para André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre), neste ano os alimentos devem sofrer uma inflação de 13%, acima da inflação nacional projetada pelo IBGE, de 7,5% a 8,5%.

No entanto, devido a fatores como o aumento no valor do petróleo, Braz afirma que os preços no Brasil ainda devem demorar para cair. “Não se trata só de efeitos sazonais. Será muito difícil termos quedas sustentadas nos próximos anos.”, afirmou.

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