Putin dá sinal verde para parceria estratégica Rússia-Irã em meio a preocupações dos EUA e do Reino Unido

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O presidente russo, Vladimir Putin, aprovou a proposta do Ministério das Relações Exteriores de assinar um acordo de parceria estratégica com o Irã, de acordo com uma ordem oficial publicada na terça-feira.

Embora o decreto tenha considerado a assinatura “expediente”, ele não especificou uma data. No entanto, autoridades iranianas indicaram que o acordo pode ser finalizado durante a Cúpula do BRICS em Kazan, marcada para 22 a 24 de outubro, quando o presidente iraniano Masoud Pezeshkian deve comparecer.

“O Irã e a Rússia estão progredindo em direção à cooperação estratégica. Durante a visita do presidente Pezeshkian, esperamos a assinatura de um acordo de parceria”, disse o parlamentar iraniano Abolfazl Zohrevand à agência de notícias Tasnim.

O acordo acontece enquanto Moscou e Teerã enfrentam crescentes sanções ocidentais e isolamento internacional. O Irã se juntou ao BRICS, junto com Egito, Emirados Árabes Unidos e Etiópia, em janeiro de 2024, alinhando-se ainda mais com potências não ocidentais.

O embaixador iraniano na Rússia, Kazem Jalali, havia declarado anteriormente que o acordo poderia ser assinado na cúpula ou durante uma reunião separada entre Putin e Pezeshkian. Espera-se que o acordo cubra áreas como energia, cooperação militar e tecnologia.

Zohrevand rejeitou as recentes alegações europeias de que o Irã forneceu mísseis balísticos à Rússia, descartando-as como uma tentativa de interromper os laços crescentes de Teerã com Moscou.

“A Europa busca desacelerar e interromper nossa cooperação estratégica pressionando a opinião pública iraniana”, disse ele, alertando que potenciais sanções da UE poderiam ser formuladas como resultado da colaboração do Irã com a Rússia.

Ambos os países buscaram reforçar alianças fora da influência ocidental, particularmente dentro da estrutura do BRICS. Putin buscou parcerias semelhantes em toda a Ásia, tendo assinado um acordo de cooperação estratégica com a Coreia do Norte em junho e com a Mongólia em 2019.

Preocupação dos EUA e Reino Unido

A Grã-Bretanha e os EUA levantaram temores de que a Rússia tenha compartilhado segredos nucleares com o Irã em troca de Teerã fornecer a Moscou mísseis balísticos para bombardear a Ucrânia.

Durante a cúpula em Washington DC na sexta-feira, Keir Starmer e o presidente dos EUA, Joe Biden, reconheceram que os dois países estavam estreitando a cooperação militar em um momento em que o Irã está no processo de enriquecer urânio suficiente para completar sua meta de longa data de construir uma bomba nuclear.

Fontes britânicas indicaram que preocupações foram levantadas sobre o comércio de tecnologia nuclear do Irã, parte de uma aliança cada vez mais profunda entre Teerã e Moscou.

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