Putin poderá usar seu sabre nuclear para defender a Bielorrússia em caso de ataque, após novo tratado
O presidente Vladimir Putin submeteu na quarta-feira um tratado de segurança com a Bielorrússia ao parlamento russo para ratificação.
O acordo, assinado em dezembro de 2024, obriga ambos os países a defender a soberania e a integridade territorial um do outro usando todos os recursos militares disponíveis e inclui disposições para o uso potencial de armas nucleares russas para proteger Belarus em caso de agressão externa.
O tratado “garantirá a segurança da Rússia e da Bielorrússia”, reforçando a cooperação militar entre as duas nações, disse Putin.
Uma disposição fundamental do tratado envolve a implantação de armas nucleares táticas russas na Bielorrússia, onde a Rússia já colocou mísseis balísticos como parte de sua parceria com os Estados da União, cujo uso a Bielorrússia poderia solicitar caso fosse considerado necessário.
Os dois países consideram o arsenal nuclear russo um impedimento para evitar ataques convencionais e nucleares, enquanto seu uso é considerado a opção de último recurso, de acordo com o acordo.
Logo após a assinatura do tratado, o presidente bielorrusso Alexander Lukashenko também solicitou a implantação dos mísseis balísticos de alcance intermediário Oreshnik da Rússia em território bielorrusso. Os novos sistemas, que apresentam um estágio superior hipersônico, podem ser estacionados na Bielorrússia até o final de 2025, de acordo com Putin.
Os mísseis foram revelados no final do ano passado e testados em batalha na Ucrânia, atingindo a instalação industrial militar de Yuzhmash, na cidade de Dnepr, em novembro.
No mês passado, Lukashenko sugeriu que a implantação dos novos mísseis poderia ocorrer ainda mais cedo, sem especificar um cronograma.
“Teremos o Oreshnik literalmente a qualquer momento. Concordamos com o presidente Vladimir Putin que o próximo sistema será entregue à Bielorrússia ainda mais cedo do que à Rússia”, disse Lukashenko.
O tratado agora está pendente de aprovação pela Duma Estatal, com o presidente Vyacheslav Volodin prometendo fazer da revisão do documento uma prioridade.
“Questões de segurança são essenciais para nós. As disposições do tratado garantirão proteção adicional da soberania de nossos estados e sua integridade territorial. Isso é especialmente importante, dadas as constantes provocações dos países da UE, incluindo aqueles que fazem fronteira com Belarus”, disse Volodin.