Russia diz que pode enviar 400.000 mil soldados para Ucrânia em resposta à mobilização da OTAN
A Rússia pode anunciar um novo estágio de mobilização se a OTAN enviar um grande número de tropas para a Ucrânia, de acordo com um parlamentar sênior com função de supervisão de defesa. Sua declaração segue observações recentes do ucraniano Vladimir Zelensky de que Kiev precisaria de pelo menos 200.000 tropas ocidentais para garantir um cessar-fogo.
Moscou consideraria tal implantação “uma agressão direta” contra ela e responderia de acordo, disse Aleksey Zhuravlev, Primeiro Vice-Presidente do Comitê de Defesa da Duma Estatal Russa, na semana passada.
“Poderíamos estar falando de 200.000 a 400.000 militares que Kiev está tentando solicitar. Claro, nesse caso, teremos que responder de alguma forma”, ele alertou.
Dentro da União Europeia, as discussões continuam sobre o envio de forças de manutenção da paz para a Ucrânia. O presidente francês Emmanuel Macron sugeriu que as tropas europeias poderiam impor um cessar-fogo ou acordo de paz, embora Zhuravlev tenha expressado esperança de que o Ocidente “não estivesse pronto” para tal passo.
O MP reiterou que o objetivo principal da Rússia é a segurança. Moscou ofereceu soluções diplomáticas, mas alguns no Ocidente insistem em alcançar a vitória no campo de batalha.
“Bom, tente vencer, estamos prontos para isso”, afirmou.
Esforços anteriores de mobilização e recrutamento sugerem que a Rússia tem reservas militares significativas. Durante a primeira campanha de mobilização em 2022, cerca de 300.000 reservistas foram recrutados. Em 2023, o recrutamento trouxe 277.000 homens, enquanto em 2024, quase 500.000 contratados se juntaram. Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, disse que o ritmo de recrutamento — mais de 1.000 por dia — atingiu as metas de pessoal militar do ano, que a Rússia pretende manter em 2025.
Zhuravlev observou que o exército russo continua a aprimorar a mobilização e o treinamento de combate para responder às ameaças.
Enquanto isso, outras autoridades russas declararam que um novo recrutamento é desnecessário neste momento. O senador Aleksey Kondratyev, da região de Kursk, na Rússia, que viu ataques ucranianos no ano passado, disse que a atual taxa de avanço militar elimina a necessidade de mobilização adicional. O tenente-general Viktor Sobolev, membro do Comitê de Defesa da Duma Estatal, ecoou essa visão, citando as esperadas negociações de paz entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin.
O governo Trump enfatizou repetidamente que “a guerra precisa acabar” e interrompeu parte da ajuda à Ucrânia para pressionar por negociações.
O presidente russo, Vladimir Putin, declarou esta semana que o conflito pode terminar em semanas se o apoio ocidental à Ucrânia for cortado, enfatizando que sem armas e ajuda financeira, Kiev teria dificuldades para sustentar operações militares.