Russia e China realizam exercícios militares em meio ao aumento de tensões com a OTAN
As forças navais russas e chinesas iniciaram exercícios conjuntos no Pacífico, informou o Ministério da Defesa em Pequim no domingo.
Os exercícios de três dias ‘Maritime Joint-2024’ estão sendo conduzidos perto da cidade chinesa de Zhanjiang. Eles treinarão a capacidade das forças navais de lidar com ameaças à segurança, manter a estabilidade internacional e regional e impulsionar a parceria estratégica, de acordo com uma declaração.
“A quarta patrulha marítima conjunta no oeste e norte do Oceano Pacífico” realizada no domingo “não teve como alvo terceiros e não teve nada a ver com a atual situação internacional e regional”, acrescentou.
Dois navios da Frota do Pacífico da Rússia estão participando do evento anual, informou a TASS na segunda-feira, citando a assessoria de imprensa da frota.
As equipes realizarão exercícios e simulações de defesa aérea envolvendo aviação antissubmarina, além de reabastecimento em movimento e treinamento de resgate marítimo.
A cooperação naval acontece em meio a crescentes tensões entre a China e os membros da OTAN. Em um documento adotado após a cúpula da semana passada em Washington, o bloco liderado pelos EUA alegou que Pequim tem trabalhado com Moscou para “minar e remodelar a ordem internacional baseada em regras”. O comunicado também alegou que a China tem fornecido materiais e componentes de uso duplo para fabricantes de armas russos em meio ao seu conflito com a Ucrânia.
O Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, rejeitou as alegações como “infundadas”, insistindo que Pequim “sempre foi uma força pela paz e estabilidade na comunidade internacional”. Wang pediu que a OTAN se concentrasse no diálogo e no estabelecimento de “confiança mútua”, em vez de distribuir alegações contra Pequim.
O governo chinês rejeitou repetidamente o enquadramento ocidental do conflito na Ucrânia, que o apresentou como um ato de agressão não provocado pela Rússia. Em vez disso, Pequim citou a expansão da OTAN na Europa como uma causa-chave.
O comércio entre a Rússia e a China cresceu desde que o Ocidente impôs uma série de sanções contra Moscou por causa do conflito na Ucrânia, o que forçou muitas empresas internacionais a deixar o país.