Senado sabatina Mendonça por vaga no Supremo

Compartilhe

Na véspera da sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), marcada para hoje, o  ex-advogado-geral da União André Mendonça manteve a rotina dos últimos quatro meses: foi ao Senado, conversou com parlamentares e buscou apoio para ter a indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF) aprovada na Casa.

A expectativa é que ele seja submetido a uma dura inquirição no colegiado, embora conte com o apoio da maioria de seus integrantes. O principal desafio virá depois, em plenário, onde a votação deve ser mais apertada e é considerada imprevisível até mesmo por aliados do governo.

Indicado ao Supremo em julho pelo presidente Jair Bolsonaro para a vaga de “terrivelmente evangélico”, o nome de Mendonça sofreu resistência do presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que se recusava a pautar a sabatina. O senador também não recebeu o ex-advogado-geral da União para uma audiência.

A oposição do parlamentar contou com o respaldo de bancadas importantes, como a do MDB. Lideranças da legenda, que tem o maior número de senadores na Casa, trabalharam contra o escolhido do Palácio do Planalto.

Mendonça foi aconselhado por auxiliares a descansar ontem e se preparar para a sabatina no Senado. Ele preferiu, todavia, manter o ritmo de articulações, com muitas conversas presenciais e outras por telefone, segundo interlocutores.

O ex-advogado-geral da União começou o dia de ontem relendo o discurso que fará aos senadores. Depois, se encontrou com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, para tomar conhecimento das últimas negociações com a base, e também recebeu conselhos de três magistrados do STF sobre como deve se portar.

À tarde, ele se reuniu com senadores e, na sequência, participou de um encontro com líderes evangélicos que estavam em Brasília. Alguns deles se concentraram no gabinete da liderança do PSD e fizeram orações por Mendonça. O grupo foi recebido pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), que presidiu a CPI da Covid.

Mendonça foi chamado para o jantar que Bolsonaro ofereceu a lideranças religiosas no Palácio da Alvorada. A lista de convidados incluía 72 líderes evangélicos e os mais de cem deputados da Frente Parlamentar Evangélica. Senadores não foram convidados.

Segundo auxiliares próximos, Mendonça está preparado para um interrogatório de 10 horas. A contagem de votos dos aliados indica a aprovação dele à vaga no STF por 22 votos na CCJ e, no plenário, por 57 votos. Ele precisa de pelo menos 14 votos na Comissão de Constituição e Justiça e de 41 em plenário.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *