Sergei Lavrov alerta que o envio de forças de paz da OTAN para a Ucrânia levaria a um confronto direto entre as forças russas e a Aliança

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O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov , alertou  na quarta-feira que o envio de forças de paz da Otan para a Ucrânia levaria a um confronto direto entre as Forças Armadas da Rússia e a Aliança. 

O chanceler russo comentou a proposta do presidente da Polônia, Andrzej Duda, de propor à OTAN o envio de uma missão de tropas de paz para a Ucrânia. O plano, que será apresentado durante uma reunião da Aliança nesta quinta-feira, 24 de março, em Bruxelas, prevê o envio de um contingente internacional de paz composto por até 10 mil soldados de vários países.

“Espero que eles entendam do que se trata, este será precisamente o confronto direto entre as Forças Armadas russas e a Otan que todos não apenas queriam evitar, mas disseram que em princípio nunca deveria acontecer”, disse Lavrov.

As negociações

Por outro lado, o ministro russo salientou que as negociações entre as delegações russa e ucraniana avançam com dificuldade, porque Kiev “muda constantemente a sua posição, rejeitando as suas próprias propostas”.

“É difícil se livrar da impressão de que eles [Ucrânia] têm a mão de colegas americanos, que, de acordo com cientistas políticos, tanto nossos quanto ocidentais, simplesmente não se importam que esse processo [de negociação] termine rapidamente. Lavrov disse .

“Eles esperam continuar injetando armas na Ucrânia”, disse ele. “Aparentemente, eles querem nos manter em estado de combate pelo maior tempo possível”, acrescentou.

as linhas vermelhas

O ministro russo especificou em suas declarações que Moscou não é contra a mediação dos países ocidentais no processo de negociação com Kiev, mas é claro sobre suas linhas vermelhas, sobre as quais “se fala há muitos anos”, e não deixará passar .

Lavrov enfatizou que a posição da Rússia é simples e as abordagens de negociação foram descritas com muita clareza. Além disso, o presidente russo Vladimir Putin “regularmente” mantém contato com líderes europeus. “[O presidente francês Emmanuel] Macron e [o chanceler alemão Olaf] Scholz estão em contato regular com Putin. Também o primeiro-ministro de Israel. Estamos em contato com os líderes da China e da Índia”, disse ele.

Ele também argumentou que, quando se trata de resolver o conflito na Ucrânia, a Rússia precisa de acordos “inquebráveis”, que devem “ser garantidos de tal forma que ninguém tente violar suas obrigações”.

A resposta do Kremlin

Por sua vez, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, informou que a introdução de forças de paz da OTAN na Ucrânia seria “uma decisão imprudente e extremamente perigosa”, que desencadearia “consequências difíceis de reparar”.

“Esta seria uma decisão muito imprudente e extremamente perigosa. Uma operação militar especial está em andamento, e qualquer possível contato entre nossos militares e os militares da Otan pode levar a consequências bastante compreensíveis e difíceis de reparar”, disse Peskov.

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