Temporal em Petrópolis: cidade carioca registra novos deslizamentos, e número de mortos chega a 117

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Equipes de resgate estão correndo contra o tempo, procurando por quaisquer sobreviventes restantes entre lama e destroços depois que enchentes e deslizamentos de terra devastadores atingiram a pitoresca cidade brasileira de Petrópolis, quando as autoridades disseram na quinta-feira que o número de mortos subiu para 117.

O tempo permanece instável em Petrópolis Às 13h30, uma chuva rápida atingiu a cidade por vinte minutos. Às 17h, voltou a chover.

Também nesta tarde, um novo deslizamento provocou a evacuação do bairro 24 de Maio. Uma moradora contou que uma barreira passou a um palmo da casa dela.

Ruas foram transformadas em rios e casas varridas quando fortes tempestades despejaram a chuva de um mês em três horas na pitoresca cidade turística nas colinas ao norte do Rio de Janeiro.

Com dezenas de desaparecidos ainda, temores de que o número de mortos possa subir ainda mais fizeram com que bombeiros e voluntários vasculhassem os restos de casas levadas por torrentes de lama, muitas delas em favelas empobrecidas nas encostas.

Dos 101 corpos que estão no Instituto Médico Legal (IML), 65 são de mulheres e 36 de homens. Desses, 13 são menores. Ao todo, 33 corpos foram identificados. À tarde, um deslizamento provocou a evacuação do bairro 24 de Maio.

Segundo a Polícia Civil, foram feitos 116 registros de desaparecimentos, mas não se sabe quantos desses já foram encontrados. Cerca de 500 bombeiros trabalham nas buscas aos desaparecidos.

É a mais recente de uma série de tempestades mortais que atingiram o Brasil nos últimos três meses, que especialistas dizem estar sendo agravadas pelas mudanças climáticas.

Cerca de 300 pessoas estavam sendo alojadas em abrigos, a maioria em escolas, disseram autoridades. Instituições de caridade pediram doações de colchões, alimentos, água, roupas e máscaras para as vítimas.

Wendel Pio Lourenço, um morador de 24 anos, estava andando pela rua com uma televisão nos braços, dirigindo-se a uma igreja local em busca de abrigo.

Ele disse que estava tentando salvar alguns pertences, depois de passar uma noite sem dormir ajudando na busca de vítimas.

“Encontrei uma garota que foi enterrada viva”, disse ele.

“Todo mundo está dizendo que parece uma zona de guerra.”

O governador Cláudio Castro disse o mesmo após visitar o local.

“Parece uma cena de uma guerra. É incrível”, disse ele, acrescentando que foi a pior chuva desde 1932.

Ele elogiou as equipes de resgate por conseguirem “salvar um grande número de pessoas antes que fosse tarde demais”.

Vídeos postados nas redes sociais das chuvas de terça-feira mostraram ruas em Petrópolis, a capital de verão do império brasileiro no século 19, cheias de enchentes violentas que arrastaram carros, árvores e quase tudo em seu caminho.

Muitas lojas foram inundadas pela água subindo, que jorrou pelas ruas do centro histórico da cidade, deixando pilhas de carros capotados em seu rastro.

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